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Aos amantes, namorados ou não...

  • psicostapaulo
  • 30 de jun.
  • 1 min de leitura

O amor, para Lacan, está intimamente ligado ao desejo, à falta e, sobretudo, ao nada. Diferente das concepções românticas que buscam o amor como completude, Lacan o situa como algo que surge no lugar da falta, como um modo de lidar com o que nunca se possui plenamente.


Quem está oferecendo o "nada" está, talvez, sem saber, oferecendo aquilo que tem de mais verdadeiro: seu próprio vazio, sua própria castração, sua incompletude. E a dor de quem recebe esse "nada" é justamente a de confrontar o real de que não há Outro que complete — nem mesmo no amor.

O amor, nesse registro, não é o encaixe entre metades perfeitas, mas a possibilidade de sustentar junto o mal-entendido, de reconhecer-se no desencontro, e ainda assim desejar permanecer. Ele se inscreve onde algo falta, onde não há garantias, onde se contorna - com os braços, com palavras, com gestos — aquilo que nã se pode preencher.


Poderíamos pensar o amor por aí (longe de qualquer conclusão): algo que diz de nós, que nos estrutura, mas que nunca se reduz a uma totalidade. É um furo no papel da realidade — e, ainda assim, uma tentativa de dizer: "isso que não sei, isso que não tenho, é o que, mesmo assim, tento te dar."


 
 
 

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