Conseguimos finalizar a leitura desse seminário da Collete Soler "homens, mulheres". Digo conseguimos, porque não foi fácil, e, mesmo tendo conseguido, continua não sendo.
Durante essas aulas desse seminário, pudemos também nos aventurarmos - com todo risco que uma aventura pode carregar - a caminhar por outros corredores, entrar em outras aulas. Ficamos um tempo ali com Freud, nos seus textos que debatiam sobre a diferença sexual, sobre a feminilidade. Depois Lacan, com o risco, ou certeza, de nos aturdirmos, "o aturdito". E aquela aula do seminário "mais, ainda", onde Lacan expõe as fórmulas da sexuação. As leituras foram densas, mas as discussões puderam torná-las mais leves - porque compreensíveis já é dizer de mais (rs). Por isso agradeço a Camila Borges, Thaisa Barbosa, que em meio a esse esforço de leitura e dedicação se proporem a ir até um fim, com suas contribuições, e com suas próprias leituras.
Agradeço também aos que se interessaram no início, os que tentaram, os que deram continuidade até onde puderam. Podemos dizer que seguimos tentando. Essa é a nossa fixão, que pelas contingências acaba em algum momento a esbarrar com a parte nãotoda, que resta irrepresentável a todo falante. Seguimos tentando, não em um esforço para compreender, mas de invenção.
Agora será que homens e mulheres seriam uma invenção? E o nosso esforço de os compreender passaria pelos corpos anatômicos? É esse corpo que viria a representar o sujeito?
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"As marcas das experiências primárias de gozo corporal, indeléveis, fixantes para sempre, origem dos significantes do inconsciente, e que não tem nada a ver com o sujeito propriamente dito. Trata-se de fixões, com um x, fixão-sintoma que não concerne especificamente à mulher naotoda, mas aos corpos sintomáticos. Eles são próprios a cada um, mas cada um pode fazer um uso deles a serviço do seu desejo”
Excelente texto, parabéns!!