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Alguma vez é só sexo?

  • psicostapaulo
  • 6 de out.
  • 2 min de leitura
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Em “alguma vez é só sexo?”, Darian Leader faz um trabalho interessantíssimo em seus argumentos que “só sexo” é algo que não existe. A questão deriva então para expandir a dimensão do sexo: o que pensamos quando pensamos em

Sexo e o que realmente fazemos quando o fazemos. 


Por aí se pode dizer também sobre fantasia, culpa, amor, violência, angústia, intimidade. Sem deixar de pensar também em como esses elementos estão também associados pela cultura. 


A curiosidade sobre o sexo na grande maioria das vezes é de um risco de reprovação. Lembram da implementação nas escolas sobre educação sexual? A educação parental, por vezes, não está isenta dessa reprovação. Quando falamos sobre sexo, o discurso tende a sempre ser sobre o que não fazer, sobre o que deve ser evitado, e de algum modo entendido como errado, pecaminoso, sujo. A linguagem nos adverte disso na expressão da língua inglesa “dirty talk”, que em um tradução literal significa “conversa suja”, que nos diz de conversas entre amantes de cunho mais sexual.


Pensando um pouco mais nessas interações entre cultura e o explorar da sexualidade, no meio a tantas normas e um discurso que toma o tema como tabu, é curioso que, quando crianças, trazemos o brincar de médico. Há o médico e o paciente. Cada um tem um papel aí. Essa é uma provocação cujo autor nos coloca para refletir: como se a exploração sexual exigisse um roteiro mínimo, um posicionamento básico e definido dos lugares, para que alguma coisa aconteça. 


Os recortes clínicos apresentados no decorrer da leitura do livro e junto aos casos que chegam no consultório nos dão pistas que essa brincadeira não é tão coisa de criança quanto se pensa. Freud foi duramente criticado em sua época com os três ensaios sobre a sexualidade, mas quando se fala que a sexualidade é infantil não significa dizer que seja “própria de crianças”, seu fundamento se firma na ideia de que ela permanece no adulto.


Vale destacar que esses roteiros são muitas vezes representados em outras categorias. 

Professor e aluno, chefe e empregado entre outras tantas. Contudo, se tomamos isso na realidade dos fatos, daria uma abertura para denúncias, faltas éticas, prisões, crimes.


Quando Leader comenta sobre a autenticidade no sexo, retoma esses roteiros para dizer que nos servimos de um arcabouço artificial para garantir um certo estímulo para uma excitação não artificial e adiciona mais um elemento à sua pergunta-título do livro, pois nessas representações dos roteiros envolve a existência de limites transgredidos e de relações de poder.


Bom, realmente parece ter muito mais em jogo quando se trata de sexo.   

 
 
 

Brasília-DF

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