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Moral sexual civilizada e doença nervosa moderna

  • psicostapaulo
  • 25 de set.
  • 2 min de leitura
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Existe um artigo de Freud intitulado por "moral sexual 'civilizada' e doença nervosa moderna", pode ser encontrado também por outras traduções como "moral sexual cultural e o nervosismo moderno". Esse é um dos textos de Freud que precisam de um certo cuidado de leitura, no que diz respeito a época em que foi escrito. lembremos que Freud viveu sua juventude inserido nos costumes e morais da era vitoriana. Obviamente que sua teoria respaldaria em alguns recortes desse tempo. Contudo, por mais que possam ser encontrados algumas afirmações que gerariam hoje, com os estudos de gênero e com o movimento feminista, uma devida polêmica, não de todo me espanta que em alguns âmbitos sociais um pensamento regido por tais valores ainda prevalecem conservados.


Tendo em vista esse cuidado, vamos a essa tal moral sexual civilizada.


Nesse artigo, Freud argumenta que a nossa civilização, sua constituição, se dá justamente com base no recalque das nossas pulsões. No curso da nossa evolução civilizatória, vemos que os dispositivos religiosos, políticos e sociais vieram consolidar tais renúncias para um "bem maior". Exemplo disso, nos EUA, em 1873, havia sido aprovado o decreto Comstock que tornava CRIME produzir, possuir, divulgar, vender qualquer tipo de conteúdo pornográfico ou oosceno. Butler (2021) diz que o próprio fracasso das normas sobre o sexual confere um teor fantasmatico sobre ela, de um desejo e intenção que não consegue superar a impossibilidade de sua realização. Lacan (1967) diz que a sexualidade faz furo na verdade. Mais tarde, inclui o registro do real nessa elaboração, passando a dizer que a sexualidade faz furo no real (Lacan, 1974).


Na a Antiguidade, o controle sobre o corpo e seus prazeres era muito que valorizado, porém Freud nos revela com o Inconsciente que não somos senhores em nossa própria casa, não temos esse controle sobre o corpo. Algo sempre há de escapar, e, o esforço de dominar essas pulsões acabam tendo algum custo para o sujeito. Desse furo provocado pela sexualidade no real, não há sujeito que escape ileso das dificuldades dessa furada.

 
 
 

Brasília-DF

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